O Seminário Desenvolver a Cadeia de Abastecimento, idealizado pelo Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor de Sergipe (Sincadise), em parceria com a Associação Sergipana de Supermercados (Ases), foi realizado na última quinta-feira (19), no Teatro Tobias Barreto, com uma grande participação de empresários do comércio de atacado e varejo sergipano, que acompanharam a palestra proferida pelo consultor Marco Aurélio Lima, sobre o varejo independente e sua importância para o desenvolvimento da economia regional.
Cerca de 900 empresários de micro, pequeno, médio e grande portes, que participaram do seminário aprenderam a importância da integração dos empresários do comércio varejista, atacadista e distribuidor, para o enfrentamento da crise econômica que tem provocado a retração das vendas do comércio em todo o Brasil. A palestra serviu para que os empresários incorporassem o estudo de novos procedimentos, para fortalecer a cadeia de abastecimento, com a participação ativa dos empresários, na mudança cultural do funcionamento dos negócios.
De acordo com Marco Lima, 87% das empresas brasileiras são negócios familiares, que geram empregos para a própria comunidade residente no local em que está estabelecida, sendo provedoras de desenvolvimento e renda para a população local. E dessas empresas, 31% dos proprietários estão preparando seus funcionários para dar continuidade ao negócio no futuro, com o objetivo de perpetuar a existência da empresa e dos benefícios econômicos promovidos para a sociedade regional em que a empresa está instalada.
Segundo o palestrante, o varejo independente é o segmento que mais tem se desenvolvido no mercado brasileiro, devido à busca pelo aperfeiçoamento do negócio, por parte de seus proprietários. Lima destacou que o varejo de vizinhança é o mecanismo mais forte do ciclo produtivo do comércio varejista, na atualidade.
“O varejo de vizinhança, as lojas de nosso bairro, dos nossos conhecidos e amigos, são aquelas que tem a maior oportunidade de se expandir e são as maiores promotoras de aumento de renda da população e geração de emprego. Esses negócios têm mais oportunidades de atração do consumidor”, destacou Lima.
Marco Lima lembrou das dificuldades enfrentadas pelos empresários e destacou que os empresários do atacado, varejo e distribuidores tem que buscar mais integração, com a finalidade de buscarem o desenvolvimento consonante do mercado. Pois se o varejo de vizinhança tem se aprimorado para ter uma maior saída de checkout, os atacadistas e distribuidores também ganham com o fortalecimento dos comércios de bairro.
Na oportunidade, o presidente da Fecomércio e deputado federal Laércio Oliveira foi homenageado pelas entidades organizadoras do evento, com a comenda Júlio Prado Vasconcelos. A comenda é entregue às pessoas que tem ajudado no desenvolvimento do setor de comércio no estado de Sergipe.
O homenageado agradeceu a outorga da comenda, que foi entregue pelos familiares de Júlio Prado Vasconcelos. Laércio lembrou que Prado Vasconcelos foi um dos desbravadores do comércio sergipano.
“Fico muito orgulhoso de receber essa comenda com a imagem de Júlio Prado Vasconcelos. Estampar essa medalha no peito me faz ainda mais inspirado para continuar trabalhando na busca pelo desenvolvimento da economia sergipana, devido ao exemplo de seu trabalho, dedicação, coragem de se dedicar ao trabalho desde os oito anos de idade e fazendo seu nome entrar para a história do estado de Sergipe, como um dos grandes nomes do setor empresarial do nosso estado. Júlio Prado Vasconcelos é um nome, uma marca, uma história. Estou muito feliz com essa homenagem”, disse Laércio, que também proferiu palestra para os empresários presentes no evento.
Laércio Oliveira falou sobre o cenário político nacional na atualidade, com os problemas enfrentados pela classe política, que culminaram com a mudança de governo, resultado do afastamento da presidente Dilma Rousseff e da assunção de Michel Temer à presidência da república.
“O país vive uma grave situação econômica. O montante de recursos deficitários no governo que acabou de sair estava apontado como sendo de 90 bilhões de reais, mas a situação é mais perigosa. O rombo avaliado pelos economistas é de mais de 200 bilhões. Onde foi parar nosso dinheiro, o dinheiro do povo brasileiro? ”, questionou em sua palestra, lembrando que o Governo Federal, enquanto comandado pelo PT fez uma série de convênios que fortaleceram as centrais sindicais e enfraqueceram a economia em todo o contexto.
A situação do Brasil no mercado internacional ficou tensa, depois de todos os escândalos que estouraram na política. O presidente da Fecomércio lembrou que a economia nacional está em situação controversa e citou o exemplo das três capas da revista norte-americana The Economist, em que o Brasil é representado pelo Cristo Redentor.
“A revista The Economist trouxe os melhores exemplos da situação política e econômica do Brasil em suas capas. Em uma, diz que o Brasil decolou, quando havia um suposto crescimento da economia, com o Cristo subindo. Na segunda, o Brasil está fora de controle, quando começaram a estourar os escândalos que envolveram os desvios de recursos públicos e enfraquecimento da economia, com o Cristo fora de controle. A terceira, mostra o Brasil pedindo socorro, com o Cristo segurando uma mensagem de SOS. Eu não vou me permitir ver a quarta, com o Brasil em um caixão”, pontuou.
Para o deputado, há uma necessidade urgente de reforma tributária e também de modificações na CLT, para que empresas e empregados possam ter mais fluência nas relações de trabalho e garantir sua sobrevivência no mercado.
“Temos uma carga tributária que prejudica o funcionamento das empresas, as relações trabalhistas são ultrapassadas e não estão dentro da realidade atual. A legislação foi importante, foi. Verdade. Mas está precisando ser atualizada. Os fiscais do trabalho chegam nas empresas dando a entender que somos bandidos. Quem movimenta a economia do país é tratado como bandido. Isso é inadmissível. Jamais me verão trabalhar para tirar direitos dos trabalhadores, mas continuarei sendo um defensor intransigente dos empresários brasileiros. Pois somos nós que geramos mais de 90% dos empregos do Brasil”, afirmou.
Para o presidente do Sincadise, Juliano César, o Seminário Desenvolver a Cadeia de Abastecimento foi um evento importante para a facilitação da integração dos empresários do comércio varejista, atacadista e distribuidor de Sergipe. Segundo ele, o comércio é forte e ações como essa estimulam os empresários a agirem de maneira unificada, garantindo a sobrevivência dos negócios.
“Nós vemos a fortaleza que o comércio é, principalmente o pequeno varejo. São essas empresas que promovem o impacto positivo no bairro, na comunidade em que estão instalados. O empresário é quem promove o desenvolvimento da economia e isso é fundamentar para o crescimento econômico. Promover a integração entre atacado, distribuidor e varejo é garantir o fortalecimento do ciclo econômico. As palestras de Marco Aurélio e Laércio Oliveira foram importantes para os empresários presentes no seminário. Foi um grande sucesso e continuaremos a fazer ações como essa, buscando a capacitação e melhoramento dos negócios do comércio”, afirmou Juliano César.
Fotos : Alex França
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