Cartão de crédito e crédito pessoal são os principais vilões das contas de casa
O número de famílias aracajuanas em condição de endividamento, isto é, aquelas que possuem algum compromisso para pagar com prazo corrente, aumentou no segundo mês de 2018, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Intenção de Consumo (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), analisada pelo Departamento de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio). Segundo a pesquisa, o percentual cresceu 1% em relação a janeiro deste ano, fechando o mês com 67,8% de famílias da capital sergipana com algum tipo de dívida, totalizando 132.020 famílias nessa condição.
A pesquisa identificou que todos os indicadores medidos apresentaram elevação. Atualmente em Aracaju, existem 60.895 famílias endividadas que possuem algum tipo de conta em atraso, o número é 3,8% maior que em janeiro, que apresentou 53.569 famílias com alguma conta atrasada. Além disso, o número de famílias em condição de inadimplência, que não terão condição de pagar as dívidas, atingiu o patamar de 27.809, também apresentando crescimento em relação a janeiro.
Não adianta contestar que o principal método de comprometimento de renda das famílias de Aracaju é o cartão de crédito. O dinheiro de plástico é o responsável por 81,8% das dívidas, seguido pelo crédito pessoal com 34,6%, crédito consignado que atingiu 14,5%, carnês, financiamento de carro e imobiliário, juntamente com outras dívidas, perfazem o total de endividamento das famílias da capital sergipana.
Laércio Oliveira, presidente da Fecomércio, reiterou que ter dívidas não significa estar inadimplente, pois as dívidas são necessárias para a construção da qualidade de vida familiar. “Ter uma dívida não é necessariamente ruim, ruim é não conseguir pagar pelo compromisso. As condições atuais da economia em nosso estado, em especial em relação ao desemprego, têm implicado no adiamento de pagamento de dívidas, provocando assim a condição de muitos trabalhadores estarem inadimplentes. À medida que as condições da economia melhorem, espera-se a retomada sustentada do consumo e do pagamento das dívidas atrasadas. Por ora, o índice de inadimplência ainda está alto em Aracaju”.
O comprometimento da renda das famílias aracajuanas com o pagamento de seus compromissos está dividido em três faixas. 32,8% das famílias estão em condição de pouco endividamento, pois têm menos de 10% da renda comprometida com dívidas. As famílias que possuem entre 11 e 50% da renda comprometida com dívidas foram 43,2% do total de entrevistados, o que compromete o consumo das famílias. Já as famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas totalizam 23,8%.
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