O coordenador da Câmara de Pesca e Aquicultura vinculada a Federação do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe, Humberto Eng, o superintendente
da entidade, Maurício Gonçalves, e o coordenador do Instituto Fecomércio de
Pesquisa e Desenvolvimento e gestor da área de internacionalização, Lucas Uriel,
participaram de uma reunião na sede da Fecomércio, que contou com a presença de
convidados ligados ao setor.
Participaram do encontro o Secretário Estadual de Agricultura, Desenvolvimento
Agrário e Pesca, André Bomfim, o superintendente do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Haroldo Araújo Filho, membros das prefeituras de Brejo
Grande, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão e representantes da Adema,
Embrapa e do Sebrae. Também marcaram presença integrantes do Banco do Estado de
Sergipe (Banese), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco do Brasil.
Durante a reunião, foi debatido sobre o desenvolvimento da Cadeia de Pesca e
Aquicultura em todo o território sergipano e, também, acerca do Selo Arte do Pescado,
que consiste numa certificação legal para o pequeno produtor, comprovando que seu
produto tem qualidade. “Percebemos que não adianta o pequeno produtor estar
produzindo de qualquer forma, pois, na hora de vender, se não tiver a certificação,
segurança alimentar e a liberação dos órgãos responsáveis, não consegue realizar a
venda. Por isso, estamos lançando o Selo Arte, para que o pequeno produtor tenha a
sua certificação e venda bem”, disse o coordenador da Câmara, Humberto Eng.
No período da pandemia da Covid-19, diversos setores da economia passaram por
dificuldades e o de Pesca e Aquicultura foi um deles.
O empresário Anttonio Almeida Junior, do município baiano de Paulo Afonso, elencou alguns dos problemas enfrentados pelos empresários e investidores do setor. Em uma apresentação, ele destacou a segurança jurídica dos empreendimentos, o achatamento da margem dos piscicultores e, também, os desafios ambientais.
“Uma grande dificuldade que tivemos foi em relação à questão ambiental. As plantas
macrófitas fecharam quase 70 pisciculturas na nossa região e isso fez com que pessoas
migrassem suas pisciculturas do local de origem para outros localidades. Além disso,
alguns indivíduos saíram efetivamente da sua atividade. Então isso foi muito ruim, pois
perdemos companheiros e perdemos produção. Só para termos uma ideia, nós
chegamos a produzir no ano safra de 2016 quase 90 mil toneladas de tilápia e agora
fechamos 45 mil, ou seja, a metade”, disse o empresário.
Humberto Eng demonstrou satisfação pela presença do empresário baiano e frisou a
relevância das proximidades geográficas dos estados para o desenvolvimento regional.
“Com o compartilhamento das experiências de Anttonio, pudemos enxergar o que é
feito hoje na cidade dele, a nível de tilápia e de produção, que podemos trazer para cá.
Nós temos aqui a água do São Francisco, temos a barragem de Xingó e, na Bahia,
temos a barragem de Paulo Afonso. Então podemos trazer estes projetos para cá, pois
assim, aumentaremos e melhoraremos o negócio da pesca no Estado”, falou.
O vice-presidente da Câmara, o empresário chinês Lee Fei (Félix), evidenciou a
potencialidade de Sergipe, estado que concentra uma quantidade significativa de
pequenos produtores e empresário. “Essa reunião demonstrou que Sergipe é um
grande estado para a produção de peixes, de pescados, de camarão e de todos os
segmentos da aquicultura. Isso é muito importante, porque toda a mão de obra do
setor da pesca e aquicultura é oriunda das pessoas com carência de escolaridade.
Portanto, gera oportunidades para estes indivíduos e, claro, uma boa renda”,
comentou.
Ao longo da reunião, o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Haroldo Araújo Filho, compartilhou argumentos significativos para a
conversa e acentuou a importância de debates como estes. “Reuniões como esta
conseguem agregar e congregar vários segmentos do setor. É importante para o
desenvolvimento regional, pois, juntos numa mesa, conseguimos discutir e enxergar as
dificuldades do setor e os possíveis encaminhamentos destas dificuldades”, afirmou.
Nesta perspectiva, o carcinicultor Icaro Freire, atual secretário de Pesca do município
de Brejo Grande, distante 137 km de Aracaju e localizado na região do Baixo São
Francisco, destacou o cenário do setor de pesca e aquicultura no estado de Sergipe.
“Essa unificação é muito importante porque tínhamos zonas onde os municípios
produziam individualmente e se digladiavam entre si, em busca do comércio. Com isso,
um produto acabava entrando em conflito com outro. Nestas reuniões, temos um
plano estadual, onde todo mundo caminha para um direcionamento único, que é o
desenvolvimento”, argumentou.
Para Maurício Gonçalves, superintendente da Fecomércio, a reunião tende a fortalecer
o ciclo produtivo sergipano, já que entidades e instituições trocaram ideias. Ele
também salientou o prestígio da Federação em promover debates acerca do setor de
pesca e aquicultura. “O trabalho da Fecomércio, por meio do presidente, Laércio
Oliveira, visa o melhoramento do mercado sergipano de pesca no cenário nacional,
pois somos um dos maiores produtores do Brasil e não podemos continuar comprando
nosso próprio produto mais caro por causa de processos que podem ser feitos aqui em
Sergipe”
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