O ano de 2015 não foi nada agradável para o setor de Comércio no estado de Sergipe. O mês de dezembro, que poderia apontar uma recuperação no volume de vendas, apresentou um saldo negativo que entra para a história do estado como o pior dos últimos dois anos, desde a análise da série do mercado.
O Comércio Varejista Restrito apresentou uma queda significativa de -13,1% no mês de dezembro de 2015, comparado ao mesmo mês do ano de 2014, levando consigo também uma baixa de -3,1% na receita nominal de vendas, em involução. O recuo é um sinal de que a economia sergipana continua enfraquecida. O mês de dezembro, que habitualmente apresenta números melhores comparados ao mês anterior, não foi do que se esperava.
Em relação a novembro, mesmo com o período de compras natalinas, o Comércio Varejista teve o resultado de -6,4% no volume de vendas. A receita nominal do setor também sofreu retração. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, estudados pela Fecomércio-SE, apontaram queda de -6,1% na receita arrecadada nas vendas do comércio sergipano em dezembro. Sergipe teve o terceiro pior desempenho entre os estados brasileiros, em dezembro. Ficando atrás da Bahia, com -7,2% e do Pará, com -11% no volume de vendas.
Para o Comércio Varejista Ampliado, o número é ainda mais preocupante. A retração no mercado sergipano no período comparativo a dezembro de 2014, dezembro de 2015 apresentou uma queda de quase um quarto do volume de vendas do ano anterior, com -22,8%. A receita do Varejo Ampliado, que contempla as do comércio, além das vendas de veículos e materiais de construção, apresentou um saldo negativo de -14,3% em 2015, comparado a dezembro de 2014.
Os números acumulados do ano de 2015 também refletem o processo de turbulência da economia sergipana. De janeiro a dezembro de 2015, o volume de vendas do Comércio Varejista foi -1,9% menor que 2014. Já o Varejo Ampliado apresentou redução de -8,2% no ano.
Analisando o comportamento de vendas do Comércio Varejista no período de janeiro a dezembro, verificamos, infelizmente, uma regularidade na retração das vendas. Foram sete meses com quedas significativas no volume de vendas. Alguns meses apresentaram volume de vendas positivos, mas sem nenhuma sustentação de continuidade. Dezembro apresentou a segunda maior queda nas vendas no ano, igualando com o mês de maio e menor apenas que julho, que apresentou queda de -7,5%.
O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, manifestou sua preocupação com as dificuldades enfrentadas pelo comércio sergipano. “O ano de 2015 apresentou uma trajetória difícil para o comércio em Sergipe. O nível das vendas, ao longo do ano, foi baixo, refletindo em uma receita de vendas pouco significativa. O setor sofreu com o aumento do desemprego, a queda da renda da população, em conjunto com os baixos níveis de confiança dos consumidores, além do crédito mais caro e restrito. Tudo isso contribuiu com a piora do ambiente para o varejo, no Brasil e em Sergipe”, comentou.
O comércio varejista no Brasil sofreu em 2015 sua maior queda histórica, em meio ao cenário de recessão econômica, confiança dos empresários e consumidores fraca, juros elevados, enfim, o cenário se configurou no primeiro resultado negativo desde 2003. O ano de 2015 foi caracterizado por um ambiente recessivo, com fechamento de lojas e aumento do desemprego no setor. Em 2015 foram oito meses de saldo negativo no emprego, chegando ao final do ano com um corte de 979 postos de trabalho no setor do comércio.
ICMS
Em se tratando de arrecadação, o comércio sergipano amealhou 837 milhões de reais para os cofres do Estado. A geração de recursos financeiros arrecadados como ICMS para o Governo do Estado, foi de R$ 352 milhões de reais no Comércio Atacadista. O Comércio Varejista contribuiu com o volume de 465 milhões de reais em ICMS para o Estado.
Segundo levantamento da Assessoria Econômica da Fecomércio-SE, o ano de 2016 ainda será de dificuldades, pelo menos no primeiro quadrimestre de 2016. A retomada do crescimento do volume de vendas do comércio não é visualizada. Uma iniciativa governamental entre o Governo e o setor privado, pode sinalizar um caminho para o enfrentamento de um ambiente recessivo que nos últimos dois anos atingiu a economia sergipana.
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