Representantes de várias entidades empresariais se reuniram na Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), para discutir o problema provocado pelo Governo de Sergipe em aumentar a taxação das alíquotas do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em vários produtos e em diversos níveis no estado.
Foram enviados para a Assembleia Legislativa, mais de 10 projetos contendo aumento nas alíquotas, com índices variáveis que chegam até 29% dos produtos, serviços e bens de consumo, colocando somente em tributação estadual, quase um terço do valor dos produtos vendidos à população sergipana.
Segundo o presidente da Acese, Wladimir Torres, os aumentos são inoportunos e prejudicarão todo o povo sergipano, pois o custo do ICMS é repassado para a população em sua totalidade, por ser um tributo cobrado até de forma antecipada pelo Governo do Estado. Wladimir sugere o corte de gastos como alternativa, para diminuir o impacto que será provocado com o aumento da tributação.
“Aumentar impostos em um momento como esse é terrível para a população. Os danos que serão provocados com o aumento das alíquotas são desastrosos para toda a economia sergipana, pois o empresariado terá que repassar esses custos para o consumidor. Ao invés de cortar gastos, o governo penaliza os empresários e a população aumentando impostos”, disse Wladimir.
Para o superintendente da Fecomércio, Alexandre Wendel, o aumento desenfreado das alíquotas do ICMS é uma medida que não deveria ser tomada sem haver a consulta aos empresários, pois eles conhecem a realidade da economia local e o processo no ano de 2015 é de retração em todos os setores.
“O setor de comércio, indústria, serviços, hotelaria, alimentação, atacado e varejo estão sofrendo quedas constantes no consumo, na procura pelos serviços e isso prejudica todo o setor produtivo sergipano. O consumidor é quem mais será afetado com isso, pois os impostos são componentes do preço final dos produtos e serviços ofertados para a população. A crise econômica afetou todos os setores e o governo quer descarregar nos empresários, consequentemente, na população”, comentou o superintendente.
Os representantes das entidades empresariais culpam o descontrole financeiro do governo, como o principal responsável pela crise econômica vivida, em níveis estadual e federal. O desequilíbrio das contas públicas está forçando atitudes impensadas como a de aumentar a carga tributária, que já é pesada, provocando mais impacto nas contas dos consumidores.
Para o empresário Gilson Figueiredo, presidente do Sindilojas, houve falta de atenção do Governo do Estado em não discutir as questões econômicas com a população e com a classe empresarial. Segundo ele, a crise que atingiu o mercado sergipano poderá se agravar.
“A falta de sensibilidade do Governo do Estado foi muito grande, ao não consultar os empresários sobre esses novos aumentos de impostos que mandaram para a Assembleia. Os projetos apresentados, se aprovados, irão aprofundar a crise econômica que o estado está vivendo. A classe empresarial de Sergipe fica em estado de alerta, depois desses projetos. Esperamos que os deputados tenham responsabilidade com os empresários e, acima de tudo, com o povo sergipano, antes de discutirem esses projetos que foram encaminhados. Aumentar imposto nunca é bom para ninguém”, disse Gilson.
A temeridade dos empresários sergipanos é o aprofundamento da crise, que chegou a Sergipe sem dar a oportunidade de retomada de crescimento econômico, visto que os índices de consumo, confiança do consumidor, e de volume de emprego são decrescentes desde o início do ano no estado.
Para os empresários, aumentar as alíquotas do ICMS é prejudicar toda a cadeia produtiva sergipana, estimulando a recessão da economia, aumento dos preços dos produtos, considerando que o ICMS está embutido no valor de revenda. Com isso, provocando o aumento do desemprego no estado. Os empresários clamam por uma postura equilibrada dos deputados estaduais, para que ao votarem os projetos com todos os aumentos enviados pelo Governo de Sergipe, tenham sensibilidade e entendam que aumentar impostos é prejudicar diretamente toda a população.
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