“A economia não suporta muitos meses paralisada. As empresas não estão conseguindo pagar a folha de salários, principalmente as micro e pequenas. Sem o funcionamento do comércio, temos demissões e trabalhadores estão com suas despensas vazias. Acho que o momento é de cuidar da saúde das pessoas, mas também da sobrevivência de muitos, por isso defendo que respeitando as orientações do Ministério da Saúde para que não tenhamos um pico de contaminação muito rápido, deva haver uma reabertura gradual de serviços essenciais. Caberá a cada loja tomar todas as providências necessárias para proteger a saúde dos trabalhadores e consumidores”, afirmou o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, em entrevista para os jornalistas André Barros e Danielle Ferreira, da rádio Nova Brasil FM, na manhã de hoje.
Sobre as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo Federal, para ajudar as pessoas e empresas, Laércio lembrou que agora o Brasil precisa de crédito para voltar a operar com segurança. “O programa do Governo Federal que promete 600 reais para os trabalhadores informais é o mais importante para as pessoas, mas esses recursos ainda não chegaram aos trabalhadores, além disso é preciso crédito para as empresas voltarem a trabalhar, e precisamos analisar a possibilidade de flexibilizar as atividades do comércio, pois as perdas são muito grandes. Equilíbrio é a palavra de ordem. Lamentavelmente as empresas estão demitindo. Os empresários estão preocupados por não poderem pagar a folha salarial e isso é muito preocupante”, informou Laércio Oliveira.
“A maioria das empresas são micro e pequenas, muitas estão sem condições de se manter, porque estão sem movimentação financeira. Algumas atividades, por exemplo, como óticas e salões de beleza, por exemplo, devem voltar a operar, porque empregam muitas pessoas e estão completamente paradas. São vários serviços que são essenciais para a vida das pessoas, pois estes, são questão de saúde pública”, disse.
Sistema S
Laércio Oliveira lembrou é favorável à Medida Provisória apresentada pelo Governo Federal que retira 50% dos recursos do Sistema S pelos próximos 90 dias. Ele destacou que o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac de Sergipe tem uma boa saúde financeira, devido ao trabalho de gestão realizado pela diretoria e conselho do Sesc e Senac. Segundo ele, o sistema pode operar com seus os recursos por um período, sem demissões.
“Sesc e Senac desenvolvem várias atividades e serviços para a população. São quase 800 trabalhadores que atuam em todo sistema em Sergipe. Hoje nós sobrevivemos com recursos oriundos da classe empresarial que sustenta todo o sistema através de contribuição compulsória. Aqui no estado também estamos fazendo um excelente trabalho de gestão com recursos próprios dos nossos serviços locais. Sei da importância que este corte de recursos do nosso sistema trará de benefícios no combate ao Covid-19. Para nós em Sergipe, conseguiremos suportar com tranquilidade e sem nenhuma demissão durante estes 3 meses de perda de receita. É o nosso papel e nossa contribuição para o momento que passa o país. E vou além, sou completamente a favor de migrar dinheiro do Fundo Eleitoral para o combate a esta pandemia. O momento é de proteger a sociedade e garantir que todos passemos por esse problema, para voltar à vida ativa sem dificuldades” afirmou o presidente do sistema.
Na entrevista, Laércio Oliveira lembrou que é necessário despolitizar a questão da pandemia, por ser algo que envolve a vida das pessoas. Para ele, não é justo colocar vidas em risco, meramente por politização do problema.
“É necessário despolitizar a pandemia. Precisamos ter serenidade para enfrentar a situação. Acho que as medidas que o Governo do Estado e Prefeitura de Aracaju estão tomando são corretas, mas existem coisas que podem ser repensadas, para reaquecer a economia nesse período. Cabe a cada pessoa tomar consciência de se proteger, proteger aos outros e evitar a transmissão do coronavírus”, finalizou.
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