O comportamento anual do endividamento das famílias sergipanas foi levantado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), no mês de dezembro do ano passado. Após análise da Divisão Econômica do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac de Sergipe, foi traçado o perfil do endividamento pessoal dos sergipanos.
Os dados da PEIC apontam o endividamento médio anual de 77,6% das famílias sergipanas, tendo como base a coleta de dados em Aracaju. O indicador é o resultado da condição de endividamento apresentada nos últimos 12 meses no estado. O mês com maior endividamento familiar foi setembro, com 79,7% e o de menor indicador foi dezembro, com 74,3%.
Volume de endividamento
Dos sergipanos que se encontram em condição de endividamento, 57,5%, a grande maioria da população apresenta volume de dívidas baixo ou médio. Sendo divididos em 30,3% com baixo volume de endividamento, e 27,2% com indicador mediano de dívidas. Já 20,1% dos sergipanos se encontram em condição de superendividamento. O percentual de famílias que indicou não possuir dívidas atingiu 22,4% em 2022. O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Marcos Andrade, comentou o resultado anual da PEIC.
“As pessoas adquiriram educação financeira ao longo dos últimos anos e mais forçadamente na pandemia. E isso é importante, porque o indicador de inadimplência tem caído severamente desde 2020. O que já chegou a ser 30 famílias inadimplentes hoje não passa de cinco. E isso reflete no perfil do endividamento dos sergipanos, que possuem boa condição, estando com volume baixo ou médio de compromissos a pagar. Obviamente isso é o resultado da geração de empregos ao longo do ano de 2022, que chegou próximo dos 13 mil novos postos de trabalho. E essa questão reflete diretamente na capacidade de pagamento das dívidas familiares, pois as pessoas passam a ter mais recursos em casa, com os salários dos novos trabalhadores”, disse Andrade.
Inadimplência
Diante do cenário de endividamento, os indicadores da PEIC mostram que 77 de cada 100 famílias estão sem contas atrasadas, tendo todos os compromissos honrados em dia. Já 18 em cada 100 famílias estão com contas atrasadas. Os percentuais apresentados foram 69,1% de famílias sem atraso e 30,9% que estão com contas atrasadas. Na condição de insolvência, na qual as famílias não têm como pagar suas dívidas, estão 4 em cada 100 famílias, num indicador de 4,5%.
Perfil do endividado
Em uma iniciativa inédita, a PEIC apresentou uma inovação ao apresentar o perfil do consumidor endividado no estado. A maioria das pessoas endividadas em Sergipe são homens com mais de 35 anos. Já as que possuem maior volume de contas em atraso e insolventes são mulheres com menos de 35 anos. Em termos de escolaridade, as pessoas com menor grau de instrução são as mais endividadas. O maior volume de pessoas com dívidas são aquelas que não concluíram o ensino médio e menor faixa salarial, que recebam entre 1 e 10 salários-mínimos. Para o cientista econômico Marcio Rocha, o perfil do endividado sergipano faz entender melhor a condição que a população do estado se encontra na questão financeira.
“Com essa inovação na pesquisa que a CNC nos trouxe, temos uma radiografia mais clara de quem é o consumidor que se encontra em condição de endividamento. E Sergipe tem uma peculiaridade, que é da maioria ser composta por homens de mais idade. Entretanto o que preocupa é a maior dificuldade para pagamento das contas por parte de mulheres jovens, pois elas têm um agravante pessoal em suas casas. Algumas são chefes de família e mães solteiras, o que impõe maior pressão nas contas da casa, elevando a dificuldade de manter seus compromissos em dia. Acerca da escolaridade, a ausência de educação financeira na formação escolar impede que as pessoas posam ter maior capacidade administrativa dos seus recursos pessoais para pagar suas contas. A cultura de gastar menos e poupar recursos não foi transmitida para as atuais gerações de jovens, o que cria uma massa de jovens mais endividados também”, afirmou Rocha.
Tipos de dívida
Em 2022, o líder de endividamento dos sergipanos foi o cartão de crédito, responsável por 96,4% das contas a pagar das famílias sergipanas. Na sequência, aparecem os carnês de compras, o conhecido crediário, com 29% das famílias tendo esse compromisso a pagar; e o crédito pessoal, com 18,5% das famílias tendo esse tipo de dívida. É importante salientar que as famílias podem ter mais de um tipo de compromisso pendente, o que implica no percentual de tipos de dívida apresentar mais de 100% no somatório geral. Por exemplo, uma família pode ter contas de cartão de crédito, linha de crédito contratada por empréstimo, financiamento de automóvel e imobiliário, o que são quatro tipos de dívidas diferentes.
Período de atraso
Entre o público com contas atrasadas, o tempo médio de pagamento de dívidas pendentes foi de 64,5 dias. Sendo que 5,9% do total conseguiria pagar seus compromissos atrasados com menos de 30 dias; 70,1% tiveram prazo entre 30 e 90 dias para quitar suas contas atrasadas; e 18,6% precisariam de mais de três meses para conseguir pagar suas dívidas pendentes.
Renda comprometida
A parcela média de renda comprometida pelos sergipanos para pagamento de dívidas é de 32,1% da receita familiar. Sendo que a grande maioria, 37,1% das pessoas comprometem entre 10 e 50% de sua renda com a finalidade de pagar seus compromissos; 3,7% dos sergipanos usam mais de 50% de sua renda para pagar dívidas; e 0,2% têm comprometimento de menos de 10% da renda familiar com dívidas.
Solução para dívidas
Para ajudar as pessoas e empresas a recuperarem créditos ativos e prescritos, ajudando na saúde financeira familiar e empresarial, o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, em parceria com a Câmara de Mediação e Arbitragem – Media, desenvolveu um aplicativo para as pessoas negociarem suas dívidas com empresas, bancos, operadoras de crédito e financeiras. O app Media Resolve oferece o serviço de mediação a arbitragem para que sejam encontradas as melhores soluções, de forma rápida e eficiente para que as pessoas possam ter seu nome limpo, crédito recuperado e voltem ao mercado de consumo. As possibilidades de acordo são infinitas, fazendo com que a pessoa pague sua dívida sem precisar comprometer seu orçamento e se recolocando no universo de compras a crédito. Esse modelo é único no Brasil e já apresenta resultados consideráveis desde seu lançamento, devolvendo o poder de compra para as pessoas.
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