O diplomata e diretor da Câmara de Comércio Brasil-EUA, Roberto Ardenghy, foi o convidado da nova edição do Ciclo de Diálogos Empresariais, promovido pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, na quinta-feira (07), no Hotel Sesc Atalaia, em Aracaju. Com o tema, “Geopolítica Mundial da Cadeia do Gás Natural e Petróleo”, o diplomata conversou com cerca de 100 espectadores, entre empresários, jornalistas, profissionais da área energética e cadeia produtiva sergipanos.
Ardenghy explicou sobre como a guerra entre Rússia e Ucrânia tem sido um fator complicador no aspecto econômico da cadeia do óleo e gás mundial, e como o Brasil tem propensão de se tornar um dos maiores agentes do cenário internacional energético, por meio da sua capacidade de produção de óleo bruto, e, principalmente, do gás natural.
Focando em Sergipe, Roberto Ardenghy destacou que o estado possui um grande potencial de se posicionar entre os principais protagonistas da cadeia do gás natural no mundo. O potencial de geração de energia por meio da maior jazida de gás natural da América do Sul, situada em Sergipe, coloca o estado em uma posição de vantagem para o desenvolvimento das empresas do setor, estimulando a produtividade, fortalecimento energético e geração de empregos para os sergipanos. Ardenghy traçou a relação entre a reserva e produção do gás natural e o processo de evolução econômica de Sergipe.
“A grande chave é como reordenar as cadeias produtivas para equalizar a demanda e a produção, porque a relação de consumo/reserva entre os países ainda é muito diferente. O Brasil tem 92% de sua capacidade de produção inexplorada e Sergipe tem um ponto de vantagem muito importante para a extração de hidrocarbonetos, sendo o principal local de reserva de gás natural do Brasil”, comentou.
Roberto Ardenghy explicou que o gás natural é a segunda maior fonte energética do mundo e sua exploração irá fazer com que a oferta de energia, principalmente elétrica para as usinas do segmento, e combustível para empresas que demandam gás como fonte geradora de sua produção, levarão Sergipe o Brasil a um patamar mais elevado no cenário internacional. Destacou que para o estímulo à produção deve vir com empresas âncora para fomentar outras empresas a aportarem em Sergipe, devido à oferta vasta de gás para alimentar a indústria.
Acerca do uso do gás para a cadeia produtiva, o diretor da Câmara de Comércio Brasil-EUA, explicou que é primordial para que a indústria de fertilizantes possa ampliar sua capacidade de produção e aumente sua participação no mercado brasileiro, diminuindo a dependência do país da importação de fertilizantes.
Na condição de sétimo maior produtor de óleo do Brasil, Sergipe está em ampla condição de aumento significativo da exploração de hidrocarbonetos em águas, devido ao seu gás natural ser associado ao petróleo, que possui maior valorização de mercado. “Sergipe tem sete campos de exploração de óleo, a 100 quilômetros da costa, e essa proximidade é muito importante para a extração. E a profundidade é de 2.990 metros, o que permite uma amplitude de exploração de óleo com muita qualidade e gás associado que também tem qualidade. Sergipe está no ponto central das oportunidades energéticas do Brasil”, disse Ardenghy.
O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, afirmou que o momento que Sergipe vive é um momento de compreensão da complexidade da cadeia produtiva do gás natural e que o estado deve ser o protagonista do contexto, por ser a “estrela do gás” no Brasil.
“Este é o momento de entendermos aquilo que precisamos empreender, e os instrumentos que devemos adotar para explorar as riquezas minerais que nós temos, que serão capazes de trazer para nosso estado a redenção que tanto buscamos. Seja no petróleo, no gás, e na cadeia de fertilizantes, que está em destaque para receber investimentos internacionais. Todas essas são ferramentas que se unem para que tenhamos esse novo momento, novo ambiente e que Sergipe se coloca na vantagem nesse contexto. Sergipe é a “estrela do gás natural”, sendo referência para o Brasil. A capacidade de produção e extração mineral é algo que transformará nosso estado”, afirmou Laércio Oliveira.
Após a palestra houve um debate sobre as cadeias produtivas do gás natural e fertilizantes com o presidente da Celse, Glauco Campos, o representante da Unigel Fertilizantes, José Eduardo Barreto, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, José Augusto Carvalho, o palestrante Roberto Ardenghy, e o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira.
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